(*) Texto de Pr. Marcos Goes |
Com muita propriedade e tranquilidade,
gostaria de falar neste artigo sobre pessoas bem típicas, que às vezes podem
ser engraçadas e em outras ocasiões, insuportáveis. São eles os falantes
compulsivos e inoportunos intrometidos.
Tagarelas diplomados, eles
não se importam com o assunto em que a conversa está firmada, "querem
falar". Às vezes nem lhes diz respeito, e lá estão a se meter, dando uma
opinião que quase sempre não tem proveito algum. Dá um "pitaco"
daqui, outro dali e saem, depois de muito custo, felizes como se estivessem
dados à maior e melhor contribuição ao assunto.
Alguns fazem isso por
nada, talvez para serem simpáticos ou para chamarem a atenção e criarem um
status de comunicativos e eloquentes. Mas que existe gente assim existe, e como
existe.
Há aquele do tipo
espalhafatoso, que fala alto, dá estrondosas gargalhadas e gesticula que até
parece que vai voar. Existem também aqueles com ares de intelectuais, fala
mansa, sobrancelha erguida e gestos pausados, que falam, falam, e não conseguem
expressar nenhuma opinião sensata e edificante.
O coração do justo medita
o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda maldades. Provérbios
15:28
Falta testemunho silencioso daquele que faz
para ninguém ver, sem ibope, sem holofotes e cheio de amor e compaixão.
Não sou idoso, mas pelo
que vivi durante todos estes anos, já ouvi e vi muita coisa, e por uma
convivência diária com a necessidade de depender da Palavra de Deus e de
verdadeiras experiências de fé, adquiri padrões bíblicos e algum discernimento
para conseguir selecionar o que é de Deus ou não.
Hoje há muita gente
fazendo barulho, cínbalos retinindo (1 Coríntios 13:1) sem nenhum amor. Falam-se
línguas demais, grita-se demais, profetiza-se demais, e nada demais acontece. O
que se vê pelo mundo afora (não generalizando) são pessoas frustradas e
decepcionadas com um falso evangelho que só alcança os já alcançados e que é
inviável pelo próprio julgamento e sentença de morte de muitas igrejas para os
perdidos. É muito blá, blá, blá, muito "evangeliquês" e pouca vida em
Deus. Falta testemunho silencioso daquele que faz para ninguém ver, sem ibope,
sem holofotes e cheio de amor e compaixão.
É por isso que não me
espanta mais abrir meus e-mails e ver a seguinte afirmação: "Tá sumido?!...
Você precisa aparecer mais... Parou de gravar?... Por onde você anda?".
Minha resposta é sempre a mesma, estou aqui e continuo a fazer a obra tranquilamente
como sempre fui, consciente... E sem fazer barulho.
E para terminar, deixo com
vocês uma parábola:
Certa manhã, meu pai
convidou-me a dar um passeio pela roça e eu aceitei com prazer. Ele parou numa
clareira e, depois de um pequeno silêncio, perguntou-me:
- Além do cantar dos
pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns
segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho
de carroça.
- Isso mesmo, disse meu
pai, é uma carroça vazia.
Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a
carroça está vazia se ainda não a vimos?
- Ora – respondeu meu pai
– é muito fácil saber se uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto
mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.
Tornei-me adulto e, até
hoje, quando vejo uma pessoa inoportuna, falando demais, interrompendo a conversa
de todo mundo, falando o que não deve, tenho a impressão de ouvir a voz do meu
pai dizendo:
- Quanto mais vazia a
carroça, maior é o barulho.
Põe guarda Senhor, à minha
boca; vigia a porta dos meus lábios.
Portanto, assim diz o
Senhor: Se tu te arrependeres, eu te farei voltar e estarás diante de mim; se
apartares o precioso do vil, serás a minha boca; e eles se tornarão a ti, mas
tu não passarás para o lado deles. Jeremias 15:19
[*Fonte {http://www.marcosgoes.com/palavras-de-fe.php?a-carroca-vazia}]
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