Quando
a Bíblia declara que Deus é o Criador do universo, ela indica que Deus mesmo é
incriado. Existe uma distinção crucial entre o Criador e a criação. A criação
porta o selo do Criador e testemunha de sua glória. A criação, porém, nunca
deve ser adorada. Ela não é suprema.
(Salmo
90.2; João 1.1-5; Atos 17.22-31; Colossenses 1.15-20; Apocalipse 1.8)
É
impossível que alguma coisa crie a si mesma. O conceito de automação é uma
contradição de termos, uma afirmação sem sentido. Peço ao leitor que faça uma
pausa e pense um pouco. Nada pode ser autocriado. Nem mesmo o próprio Deus pode
criar a si mesmo. Para que Deus pudesse criar a si mesmo, teria de existir
antes de si mesmo. Nem mesmo Deus pode fazer isso.
Todo
efeito deve ter uma causa. Isso é verdadeiro (por definição). Deus, porém, não
é um efeito. Ele não tem um início e, portanto, não tem uma causa antecedente.
Ele é eterno. Ele sempre foi ou é. Ele tem, dentro de si, o poder de ser. Ele
não necessita de assistência de fontes externas para continuar a existir. Isso
é o que se subentende pela idéia de auto-existência. Bem compreendido, trata-se
de um conceito sublime e impressionante. Não conhecemos nada que se compare a
ele. Tudo o que percebemos em nossa estrutura de referência é dependente e foi
criado. Não podemos compreender plenamente algo como auto-existente.
Entretanto,
só porque é impossível (por definição) que uma criatura seja auto-existente,
não significa que seja impossível para o Criador ser auto-existente. Deus,
assim como nós, não pode ser autocriado. Deus, porém, diferentemente de nós,
pode ser auto-existente. De fato, essa é apropria essência da diferença entre
o Criador e a criação. É isso que faz dele o ser supremo e a fonte de todos os
outros seres.
O
conceito de auto-existência não viola nenhuma lei da razão, da lógica ou da
ciência. É uma noção racionalmente válida. Em comparação, o conceito da
autocriação viola as leis mais básicas da razão, da lógica e da ciência—a lei
da não-contradição. A auto-existência é racional; a autocriação é irracional.
A
noção de alguma coisa ser auto-existente não só é racionalmente possível, como
é racionalmente necessária. Além disso, a razão exige que se algo é, então algo
deve ter, em si mesmo, o poder de ser. De outra maneira nada existiria. A menos
que algo exista em si mesmo, não seria possível existir absolutamente nada.
Talvez
a questão mais antiga e mais profunda de todas seja: por que existe algo, ao
invés de nada? Uma resposta necessária pelo menos para parte desta pergunta é
por que Deus existe. Deus existe em si mesmo eternamente. Ele é a fonte e o
manancial de toda existência. Só ele tem, em si mesmo, o poder de existir. O
apóstolo Paulo declara nossa dependência do poder do ser de Deus para nossa
própria existência, quando diz: "Pois nele vivemos, e nos movemos, e
existimos" (At 17.28).
[Fonte {http://ministeriopalavradagraca.blogspot.com.br/2011/09/auto-suficiencia-de-deus.html}]